MOÇAMBIQUE: ACTIVISTAS E POLÍCIA ACUSAM-SE MUTUAMENTE PELOS INCIDENTES DO DIA 18
Promotores das marchas em homenagem ao rapper Azagia dizem que vão apresentar queixas junto da União Africana e da ONU
A actuação da Polícia da República de Moçambique (PRM) contra manifestantes que pretendiam marchar no sábado 18, de forma pacífica, em homenagem ao rapper Azagaia, morto a 9 de Março, vai às instâncias internacionais como União Africana e Nações Unidas, de acordo com vários activistas que responsabilizaram a corporação policial pela situação.
Este posicionamento surgiu pouco tempo depois de a PRM, num comunicado, ter responsabilizado activistas, personalidades da sociedade civil e líderes de partidos políticos pela acção que, segundo a nota, constatou “a existência de fortes indícios de transição de uma manifestação pacífica para violenta” e, por isso, “decidiu preventivamente tomar medidas de polícia, desdobrando-se aos locais de concentração, onde aconselhou e exortou aos manifestantes para não realizarem as marchas”.
“Anunciamos que, entre muitas outras acções, vamos fazer uma queixa ao relator especial para o direito à manifestação, quer no sistema de direitos humanos da União Africana, quer no das Nações Unidas”, disseram activistas moçambicanos num comunicado divulgado nesta terça-feira, 21, em Maputo em conferência de imprensa em Maputo, no qual anunciaram que vão apresentar queixas contra as autoridades municipais, a ministra do Interior e o comandante-geral da polícia, a quem acusam de “associação no sentido de articular a violência”.
Fonte: VOA