Monday Novembro 25, 2024
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O VICIO CONTINUA NA VEIA IRMÃO DE ÁLVARO SOBRINHO BURLA UM MILHÃO E 250 MIL DÓLARES AO ANTIGO TRABALHADOR DA “SECURITAS”

Um cidadão que responde pelo nome de Florindo da Costa Martins viu, em Abril de 2022, a sua conta bancária (que contém mais de 23 milhões de kwanzas) bloqueada pelo Banco Angolano de Investimentos (BAI), fruto de uma dívida de um milhão e 250 mil dólares norte-americanos, contraída em 2005, no antigo Banco Espírito Santos Angola (BESA), por influência do seu antigo patrão Sílvio Alves Madaleno.

Segundo as informações em posse do Imparcial Press, o cidadão (na imagem com o Sílvio) em causa contraiu a referida dívida, na altura, para aplicar no capital de uma empresa de segurança denominada “Securitas”, propriedade Sílvio Alves Madaleno, mais conhecido por “Décio”, onde o mesmo trabalhava durante 20 anos, desempenhando o cargo de director-geral adjunto.

Florindo Martins jura, de pés juntos, que foi convencido – tendo em conta o grau de confiança que existia, na altura, entre ambos – pelo seu antigo patrão [Décio] que o valor do empréstimo seria reembolsado pelo mentor da ideia [o próprio Décio], uma vez que ele [Florindo] não teria acesso sequer a um dólar.

O BESA, na altura dos factos era dirigido por Álvaro Sobrinho Madaleno, irmão de Décio, efectuou a operação, transferindo um milhão e 250 mil dólares na conta deste [Florindo Martins] os valores solicitados e este, posteriormente, transferiu o dinheiro (sem subtrair nem sequer um dólar) na conta de Sílvio Alves Madaleno “Décio”, tal como haviam verbalmente acordados.

Surpreendente, no decorrer dos anos, o BESA foi a falência – devido às falcatruas de Álvaro Sobrinho e companhia – e mudou de denominação para Banco Económico. Com o intuito de recuperar os créditos cedidos no passado aos seus antigos clientes, publicou no Jornal de Angola, a lista dos devedores, convidando-os a irem regularizar as suas dívidas.

No entanto, com passar dos tempos, Florindo – que agora se encontra na condição de reformado desde 2017 – esqueceu-se do assunto [da dívida contraída] e continuo com a sua vida normal até ficar a saber através de um familiar que, o seu nome consta na longa lista de devedores publicado pelo Banco Económico. A informação lhe caiu como uma bomba e foi vítima de um acidente cardiovascular (AVC), paralisando os membros direitos.

Leia a nota na íntegra:

Fui vítima de uma burla qualificada e de abuso de confiança por parte do Sr. Sílvio Alves Madaleno, mais conhecido por Décio Madaleno, principal accionista da empresa de segurança “Securitas, SAE, SA”.

Eu era funcionário da referida empresa com o cargo de Director Geral Adjunto, função que exerci até o ano de 2017.

Em 2005 o Sr. Décio Madaleno convenceu-me, Florindo da Costa Martins, e mais um outro colega, nomeadamente o Sr. Francisco de Almeida, na altura Director de Operações, no sentido de beneficiar de um empréstimo no banco BESA em nossos nomes, no valor (no meu caso) de 1.250.000,00 USD, com o argumento de estes montantes servirem para investir na sua empresa, nomeadamente a Securitas, SAE, SA.

Na altura, o meu salário e do meu colega oscilavam em torno de 300.000,00 kwanzas, valor insuficiente para se fazer cobertura à aceitação de crédito nestes montantes altíssimos, bem como, não detinha propriedade alguma que pudesse servir como garantia, nem sequer uma casa em meu nome.

Todo o expediente foi tratado pelo Sr. Décio Madaleno, nem sequer nos deslocamos ao referido banco. A papelada foi assinada na “Securitas”, tendo o Sr. Décio aproveitou da nossa boa-fé e da nossa confiança, tendo-se aproveitado do facto de ser nosso patrão e também porque confiávamos às cegas no mesmo, por virtude de, na altura, o seu irmão Dr. Álvaro Sobrinho ser o presidente do BESA.

Portanto, tinham a faca e o queijo nas mãos, tendo nos enganado que este dinheiro seria utilizado para investir na sua empresa “Securitas” e que esta mesma empresa iria assumir o pagamento de todas as prestações da dívida a prazo com o BESA.

O nosso espanto foi quando em 2010, ambos recebemos uma carta do banco BESA a alertar-nos que não estávamos a cumprir com o pagamento da dívida, logo de imediato fui ter com o Sr. Décio Madaleno, mostrei-lhe a referida carta e o mesmo, na maior das calmas, disse-me para não me preocupar, que isso não seria nada e que iria resolver, para não me preocupar porque o Dr. Álvaro Sobrinho iria também resolver.

No ano de 2014, volto a receber novamente uma carta e a resposta que ele me deu foi exatamente a mesma. Que fazer se nós éramos funcionários do mesmo? Tínhamos os braços atados.

No ano de 2021, foi alertado por um familiar que foi publicado no Jornal de Angola, que o meu bom nome fazia parte de uma lista de devedores do banco e como não poderia deixar de ser, entrei em choque, minha reputação e meu bom nome estar a ficar manchado em público por uma dívida que não beneficiei de sequer um tostão.

Desta feita, fui ter com o Dr. Álvaro Sobrinho, na altura, eu já não era funcionário da “Securitas” e este respondeu-me para não me preocupar porque há muita gente e dirigentes que devem ao banco milhões e que ele detinha 5% de acções, que podiam cobrir esta dívida. Eu disse-lhe que o problema era na minha reputação que estava a ser manchada por uma dívida que não me beneficiei.

Hoje soube, que o Sr. Décio Madaleno, deste dinheiro que contraiu dívida em meu nome não investiu na empresa, conforme nos havia enganado, mas sim, comprou uma das suas casas em Cascais, Portugal.

Surpreendentemente em Abril de 2022, quando me apresentava em movimentar o meu dinheiro na minha conta bancária no montante de 23 milhões de kwanzas do banco BAI, para a compra de uma casa e para o meu tratamento no exterior do País, sou informado que a minha conta bancária foi bloqueada por ordem do tribunal por conta da dívida do BESA.

Em 2017, deixei a empresa do Sr. Décio e passei à reforma. Poucos meses depois a minha reforma e de mais ex-funcionários da “Securitas”, empresa do Sr. Décio Madaleno, somos surpreendidos com a suspensão das nossas reformas pelo INSS. Contactamos esta instituição para saber do motivo e foi-nos informado que foi por falta de pagamentos dos impostos ao INSS e que as nossas reformas foram suspensas.

Ficamos cerca de um ano sem receber as reformas, único meio de minha subsistência sem que, para o efeito, fossemos indemnizados. Esta situação me originou um acidente cardiovascular (AVC), situação que me encontro ainda hoje com a parte direita dos meus membros inferiores e superiores paralisados.

A minha reforma só foi restabelecida graças a três audiências que tive com o Director Geral do INSS, que ficou sensibilizado com a nossa situação. Aproveito aqui para agradecer-lhe o que fez por nós.

Esta é a situação que me encontro (com a minha saúde a agravar-se por força do bloqueio da minha conta bancária e privado de me deslocar ao exterior para tratamento médico), este Sr.

Décio Madaleno não tem consideração, sensibilidade e humanismo à minha pessoa de assumir a dívida que é dele. Foi ele que se beneficiou do dinheiro, abusando da nossa confiança.

Ele vive como um príncipe cá em Angola e em Portugal, onde possui várias propriedades na zona de Cascais, viaturas luxuosas, e de várias empresas (de segurança, de construção, de Marina

Baía, de iates, de uma orla marítima turística na Chicala 1 muito extensa).

Quero que ele assuma esta dívida para limpar o meu bom nome e desbloquear a minha conta bancária para, do pouco dinheiro que possuo, ir fazer o meu tratamento médico.

É este o carácter e reputação deste elemento a quem fomos vítimas desta infame burla e abuso de confiança.

Tenho testemunhas de pessoas que acompanharam este processo, bem como gravações de conversas que comprovam a veracidade dos factos e solicito, atenciosamente, a solidariedade do Banco

Económico e do Tribunal (processo número 3181/17-A) para que seja feita a justiça.

Foram situações como estas que contribuíram para a falência do banco BESA.

Caso aconteça qualquer imprevisto à minha vida, atentado físico ou agravamento do meu estado de saúde, o Sr. Décio Madaleno será responsabilizado.

O acusado reagiu com a seguinte nota:

Com relação às noticiais que estão a ser divulgadas nas redes sociais, envolvendo um director da extinta empresa “Securitas de Angola, Lda.”, o Senhor Florindo Martins, importa esclarecer o seguinte.

1 – A empresa Securitas de Angola Lda., exerceu actividade até 2012, Ano em que foi extinta. O Senhor Florindo Martins – juntamente com outro trabalhador – encabeçavam toda a actividade da empresa, sendo os mais próximos colaboradores da Gerência.

2 – Em 2005, a empresa decidiu apoiar alguns trabalhadores, na compra de habitação e meios de transporte. Nesse âmbito, acordou com o referido Senhor Florindo Martins – como com outros trabalhadores – que o apoiaria junto da banca, na aquisição de casa e carro.

3 – Sucede que veio posteriormente a apurar-se que o Senhor Florindo Martins, no âmbito das suas funções, e aproveitando-se da confiança que nele havia sido depositada, tinha conseguido desviar avultados fundos da empresa. Confrontado com as provas irrefutáveis destes avultados desvios, o Senhor Florindo Martins assumiu todos os seus actos, assinando inclusivamente, à data, uma confissão de culpa.

4 – Tendo em atenção a confissão de culpa imediata pelo desfalque, os laços afectivos que entretanto se tinham criado, os pedidos insistentes de desculpa, os problemas de alcoolismo do passado, o pedido de resolução e de compensação da empresa, tudo isto pesado fez com que a empresa concordasse em entrar em acordo com o Senhor Florindo Martins, com isso evitando a sua desgraça, e até a sua condenação, na sequência de uma queixa crime.

5 – Com efeito, pediu à data expressamente o Senhor Florindo Martins que, em restituição dos montantes desfalcados, a empresa aceitasse receber os valores de um financiamento que lhe havia sido aprovado.

6 – Este assunto ocorreu há quase 20 anos atrás, e não se compreende bem a razão por que, de forma desvirtuada, tem aparecido nas redes sociais.

7 – Esclareça-se ainda que, não obstante a quebra de confiança e as suas atitudes, o Senhor Florindo Martins continuou a ser ajudado, uma vez que é uma pessoa com uma saúde debilitada. Essa ajuda consistiu até há pouco tempo na doação de um valor mensal, de valor igual à da pensão que o Senhor Florindo Martins dizia ter deixado de receber – mas que também se veio agora a apurar que afinal, nunca tinha deixado de receber, tendo mais uma vez enganado quem o sempre ajudou.

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