ESTADO ACTUAL DE ABANDONO DO MARCO HISTÓRICO DO CAZENGA CONTINUA A PREOCUPAR OS MORADORES.

“Isto esta abandonado, é uma pouca vergonha, ninguém diz nada”, são estas as palavras proferidas por alguns populares no município do Cazenga quando se dirigiam ao Marimba Selutu para falar sobre o estado actual do monumento Marco Histórico aos Heróis do 4 de Fevereiro cito na rua dos comandos.

Escritas de Spray ao longo da base de azulejo que suporta as esculturas de 24 metros de altura dos nacionalistas Paiva Domingos da Silva e Imperial Santana impunhando catanas em forma de ataque, bem como também no pouco muro de vedação que ainda restou, são alguns sinais que levam as pessoas a deduzir que o momento histórico e cultural que representa o marco da luta de libertação nacional contra a ocupação colonial portuguesa iniciada aos 4 de Fevereiro de 1961 está praticamente abandonado e jogado a própria sorte.

Ainda os repuxos degradados e que nunca mais jorraram água, capim e plantas secas, placas com os nomes dos nacionalistas que participaram no ataque as cadeias coloniais roubadas, paredes sem tintas com nomes de Gangues estanpados e quase sem os muros de vedação, o mosaico que cobre o monumento esta quase todo partido ou mesmo deteriorado, charco no interior do espaço causado pelas águas das chuvas que não têm onde transbordar, são algumas preocupações que os moradores gostavam de ver solucionadas.

“Aqui mesmo ao lado tem uma esquadra policial mas os marginais vêm aqui e fazem muitos estragos.

 Eles só valorizam isto quando se aproxima a efeméride”, lamentou uma fonte que falou sobre o anonimato.

Por hoje, muitos jovens sobre tudo marginais invadem o espaço para jogar não te errites, consumir cervejas ou mesmo estupefacientes, outros aproveitam da sombra das árvores para descansar, e sem falar das crianças que brincam com o capim velho.

Numa das suas intervenções, o Administrador Municipal Tomás Bica Mumbundo diz que esforços têm sido invidados para resolver aquilo a que chama de “enteado”.

“Nós Administração municipal temos estado a fazer tudo que tiver ao nosso alcance para dar um pai a este monumento, porque nem o Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, nem o Ministério da Cultura e Turismo, e nem mesmo Governo da Província ou nós a Administração, somos o tutor do espaço. Então estamos a fazer tudo para que dentre todas estas instituições, alguém se responsabilize sobre o mesmo, denunciou Tomás Bica.

O marco histórico foi inaugurado pelo Antigo Presidente da República José Eduardo dos Santos a 19 de Setembro de 2005 em homenagem aos heróis tombados pela causa da independência e custou ao Governo cerca de 5 milhões de dólares.

Repórter Delgado Teixeira