Monday Abril 29, 2024
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O VENCEDOR DO PRÉMIO SADC DE JORNALISMO, ESCREVE SOBRE A MÚSICA E ARTE DE LUSO

Luso, Soldado Desconhecido

Um libelo melódico contra a guerra

Luso, Soldado Desconhecido, feat Sidjay, é uma composição engajada, na linha da chamada arte de intervenção social, que faz eco do silêncio a que estão votados os antigos combatentes angolanos. Voz dos que não a têm, o género RAP tem a potencialidade de trazer à tona dos sentidos emoções fortes e criar aquela catarse aristotélica, por via da empatia. Quando bem trabalhada, a canção neste género entra na medula social, principalmente da juventude.

No caso de Soldado Desconhecido, Luso buscou a contribuição vocálica de Sidjay, no estilo que o caracteriza, o soft RnB. Até porque Sidjay – que já nos brindou com essa viagem interplanetária no universo da suavidade vocálica que é Anéis de Saturno – é detentor de uma voz hídrica, fluvial, capaz de amenizar a acutilância do estilo combativo do RAP, com a sua ondulação romântica, ao abrir a canção com estes versos: “Eu deixei nessas matas pedaços do meu corpo, sangrei sobre esse solo, chorei por esse povo, e hoje estou mais esquecido do que o soldado que tombou”. Luso oferece-nos esta e outras composições no seu álbum Laços de Família, com o qual persegue essa fusão entre o melódico e o coloquial. “Eu dei o corpo, dei a alma, dei o esforço em cada calma que na palma de um soldado se traçou…” Uma composição feita com alma, coração e laringe, cujo vídeo-clip completa a descrição da letra, um libelo melódico contra a guerra. Muito actual e carmático. Na alma de todos os angolanos.

José Luís Mendonça (escritor e jornalista)

Vídeo clip:

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