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CRÓNICA SEMANAL ‘VISÃO JORNALÍSTICA’ NA RE (QUINTA-FEIRA 18/08/2022).

A Uma Semana da Certeza

Por um triz, teria morrido uma celebridade literária, vítima da ‘fatwa’, condenação islamista à morte. Autor do livro “Versículos Satânicos”, Salman Rushdie, escritor britânico de origem indiana, experimentou mais uma vez o risco. Vive este calvário desde Fevereiro de 1989, após o então líder religioso Xiita do Irã, aiatola Ruhollah Khomeini, ter emitido a ‘fatwa’ contra si. O estigma forçou o escritor a emigrar em Nova Iorque, prosseguindo a sua produção no mesmo estilo satírico e irreverente. Na sexta-feira passada, um jovem fanático islamista surpreendeu-o na altura em que se preparava a dar uma palestra. O impostor esfaqueou-o uma dezena de vezes pelo pescoço e pelo abdómen, malogrando tirar-lhe a vida aos 75 anos de idade. O atentado originou pelo mundo uma indignação valiosa em alerta pelo mundo, alérgico do terrorismo, sobre a vigilância que os ensejos do fanatismo requerem.

Em África, por acaso, o Quénia somou mais uma eleição geral, realizada na terça-feira 9 de Agosto. Terminou mal por enquanto, em comparação ao Senegal, recentemente. Pois os resultados proclamados pela Comissão Eleitoral afiguram-se transitórios. Nesta pontuação, William Ruto ganhou as presidências com 50,49% contra o rival, Raila Odinga, que obteve 48, 85 %. Na cerimónia, houve rixas, a meio da discórdia entre os 11 membros da Comissão, com sete a favor e quatro opostos. Os perdedores, pela positiva, apelaram à calma e confiança no recurso ao tribunal, que já comprovara a sua seriedade em 20217. Oxalá assim seja mesmo.
Assim, também, esperamos, possa ocorrer por cá, face aos febris sintomas ascendentes. A tensão tem-se exteriorizado na escalada destes toques: cenas mútuas rasteiras; sondagens proibidas e rebeldes; os clichés avessos à Amnistia tirados do baú; aviso prévio de rejeitar os resultados; etc. Seja como for, a risca da verdade e certeza aproxima-se. Isto é, o 24 deste mês, data da votação por parte dos eleitores angolanos. Foram cifrados mais de 14 milhões de cidadãos em gozo deste direito. A presença de mortos não extraídos das contas tem alimentado uma viva contestação. Nem por isso, se registou alguma desistência entre os oito competidores, arrolados aqui sob as seguintes siglas por ordem alfabética: APN, CASA-CE, FNLA, MPLA, P-NJAGO, PHA, PRS, UNITA. A bem de sanar o tóxico, importa mais esforço persuasivo da CNE, do Tribunal Constitucional e da mídia pública. No breve prazo de sobra, certamente, só depois das eleições sobressairá a avaliação acertada desses males.
Entrementes, notabiliza-se a novena de orações em curso por todas as paróquias desde o início da presente semana. A iniciativa obedece a uma das deliberações da Segunda Assembleia Plenária da CEAST sobre as eleições.

A alta expectativa da fé está virada também para o culto ecuménico deste domingo no estádio 11 de Novembro. Em particular, a presença prometida dos oito líderes competidores. Tudo, no mote de assegurar um pleito em paz, serenidade, ordem e estabilidade. Claro, acoplado ao trecho frontal e específico, que a mensagem da CEAST vincou junto dos responsáveis políticos e que voltamos a citar: “que os políticos primem por discursos que despertem a nobreza do patriotismo, da cidadania, da harmonia e amizade social que garantam no povo acreditar num futuro melhor”.

VISÃO JORNALÍSTICA
(Uma coprodução de Siona Casimiro e Padre Augusto Epalanga. Apresentação de Wilson Capemba).
Luanda, 18 de Agosto de 2022.

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