Friday Setembro 20, 2024
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DEIXEM-NOS FICAR COM O MORTO DELES! 

A ideia que paira no ar é a de que se João Lourenço não enterrar José Eduardo dos Santos perde as eleições do dia 24 de Agosto. É uma narrativa insistente da Tchizé Dos Santos e dos que hoje viraram a casaca, na oposição, para considerar José Eduardo dos Santos como “enviado de Deus” e “amigo fiel” de Jonas Savimbi, pensando que é assim que vão tirar o MPLA do poder.

Mas será que João Lourenço precisa mesmo de enterrar JES para ter maioria dos votos dos cidadãos angolanos em Angola e na Diáspora?
Talvez sim, talvez não! É mais um desafio para João Lourenço! E não sei por que não aceita esse desafio. No lugar de João Lourenço, eu aceitaria o desafio.
A minha percepção é a de que se está a dar muito valor aos restos mortais de JES. O Executivo já cumpriu o seu papel de gestor do Estado, decretando luto nacional e abrindo as exéquias em Luanda.

Quem está a impedir que o funeral aconteça é uma filha (talvez duas, mas Isabel dos Santos nunca deu a cara nesse sentido).
Não está aqui em causa se o cônjuge sobrevivo (Ana Paula dos Santos) manda mais que os descendentes (filhos), que é outra narrativa plausível, de acordo com a lei. O que está em causa agora são as graves acusações que a Tchizé Dos Santos fez ontem à CNN Portugal ao ainda Presidente da República João Lourenço: “Eu deixei muito claro que não negoceio com criminosos. O Governo de Angola é criminoso”.

Por mais boa vontade que o Titular do Poder Executivo tenha para prestar uma homenagem à altura da figura de JES, seu antecessor, instalou-se um clima de humilhação e faltas de respeito contra o bom nome, honra e reputação de João Lourenço, do Governo de Angola e dos angolanos no geral (já que a Tchizé insiste em falar em nome dos angolanos – eu, pelo menos, não lhe passei nenhuma procuração para falar em meu nome).
É hora de o Executivo dar um murro na mesa e acabar com essa ideia de se dar tanto valor àlguém que já morreu, quando a família acha que enterrar os restos mortais de JES em Angola é “santificar” o Solo Pátrio, quando JES quis ser considerado como “Patriota”, mas preferiu não criar hospitais à altura, em 38 anos no poder, para tratar da sua saúde quando já tivesse uma idade avançada. JES preferiu dar primazia ao roubo e à impunidade, onde uma meia dúzia de cidadãos é que mandava nisto tudo.

Os restos mortais de JES enterrados em Angola ou no Planeta Júpiter não alteram rigorosamente nada na vida dos angolanos. Isso deve ser assumido.
Parem de tentar negociar com uma família que não quer que o seu ente querido venha para Angola. DEIXEM-NOS FICAR COM O MORTO DELES!
Não se negoceia com uma família que acha que JES era Jesus Cristo na Terra e que só podia morrer quando ele próprio quisesse.

Face à evolução das tais negociações (que nunca deviam ter acontecido – a presença do PGR Hélder Pita Gróz em Barcelona foi um tiro no pé de João Lourenço, face à separação de poderes), o Executivo devia fazer um Comunicado de Estado sobre o ponto de situação e ponto final ao luto nacional.
Não há essa coragem?

Carlos Alberto (Jornalista e Director do Portal “A DENÚNCIA”)
+244 923 570 539
12.07.2022

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