Friday Dezembro 27, 2024
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PROJECTOS QUILONGA E BITA VÃO GARANTIR ÁGUA POTÁVEL A SETE MILHÕES DE PESSOAS

Dez milhões de habitantes, residentes na cidade de Luanda, vão beneficiar de ligações domiciliares de água potável, até 2027, após a conclusão dos projectos de produção e abastecimento de Quilonga Grande e do Bita, garantiu, segunda-feira, o Presidente da República, João Lourenço, no desfecho da visita efectuada para constatar o andamento das obras do gigantesco investimento em construção no município de Icolo e Bengo.

O acesso à água, a partir dos projectos de abastecimento em construção, esclareceu o Chefe de Estado, será feito de forma paulatina, à medida que as infra-estruturas vão sendo concluídas, devendo o Quilonga Grande satisfazer cerca de cinco milhões de habitantes e o Bita 2,5 milhões.

“Acrescidos aos actuais pouco mais de três milhões de habitantes de Luanda, que já beneficia de água potável, significa dizer que, em 2027, quando estes dois projectos estiverem concluídos, dez milhões de pessoas, na cidade de Luanda, vão beneficiar de água potável”, afirmou João Lourenço, em conferência de imprensa, concedida no fim da visita ao projecto Quilonga Grande.

“É uma diferença muito grande, com relação aos actuais pouco mais de três milhões de habitantes que estão a beneficiar de água potável. Vamos passar de três para dez. Há um passo, sem sombra de dúvidas, significativo”, acrescentou, seguro, o Chefe de Estado.

O Presidente João Lourenço, que se fez acompanhar de membros de departamentos ministeriais, assegurou, após a visita ao palco das obras, que os números do projecto e de beneficiários previstos, depois de concluídas as infra-estruturas, satisfazem as expectativas do Executivo. “Uma vez concluídos, estes dois grandes projectos, Bita e Quilonga, vão produzir e distribuir água para satisfazer pelo menos sete milhões e meio de habitantes da cidade de Luanda”, reiterou.

Constrangimentos

À semelhança de outros projectos em curso em Luanda, o Chefe de Estado voltou a ser confrontado com alguns constrangimentos que têm constituído contrariedade para o curso normal das obras, a exemplo de residências construídas de forma anárquica. Em face disso, João Lourenço disse que se reuniu com os empreiteiros do projecto, tendo sido informado que “existem ainda dois grandes constrangimentos”, o primeiro de ordem financeira, “que será ultrapassado, obviamente”, e o segundo relativo à construção anárquica ao longo do trajecto onde vão as condutas adutoras de água.

“Temos de ultrapassar os constrangimentos, quer um quer outro. Não temos outra escolha, todos aqueles que estão a condicionar o avanço das obras, devem ser notificados para eles próprios removerem as infra-estruturas que têm e que foram construídas de forma ilegal ou o Estado fará isso por eles”, asseverou, sublinhando não haver outra escolha. “Isso foi feito em relação ao novo Aeroporto Internacional António Agostinho Neto, porque se não tivesse sido feito, com certeza que não teríamos aeroporto ou não seria certificado”, lembrou.

O interesse público deve ser salvaguardado, acrescentou o Presidente João Lourenço, realçando ser importante que a grande maioria da população não seja prejudicada por uma minoria de pessoas que constroem de forma anárquica.

Palavras de conforto

João Lourenço admitiu ser “incompreensível” que um número “tão grande” de cidadãos angolanos não tenham acesso à água potável e sejam obrigados a adquirir o líquido precioso a partir de camiões cisternas, quando a província de Luanda está entre dois grandes rios, o Kwanza e o Bengo.

“Para quem ainda não beneficia de água, uma palavra de conforto e de esperança, de que no decorrer dos próximos dois anos tudo se resolva. Não será de uma só vez que se vai fazer luz, mas no percurso destes dois anos, paulatinamente, vamos aumentando o número de cidadãos que vão beneficiar de água potável”, tranquilizou o Chefe de Estado.

“Esta é a nossa obrigação”, sublinhou, para em seguida ressaltar que a grande maioria das populações de Luanda vai ter água potável.

“Temos cerca de sete milhões de cidadãos que não têm água canalizada, compram água das cisternas. O nosso esforço é fazer com que estes sete milhões, que não têm água, passem a ter nos próximos anos”, reforçou.

João Lourenço esclareceu, ainda, que quando se diz “os próximos anos, não significa que só vamos aumentar a oferta de água em 2027. Não. Até lá vamos aumentando, gradualmente”, enfatizou o Presidente da República, para revelar que a partir do fim deste ano haverá zonas da cidade a receber água de um dos três projectos, do Bita, Quilongo e Morro Bento (UGP).

O Chefe de Estado fez saber, a finalizar, que o Executivo está a empreender “um grande esforço” em desenvolver grandes investimentos no sector das Águas no Sul de Angola, para servir, também, às populações daquela região do país e o gado, considerando que “seria incompreensível” se não se fizesse um esforço idêntico para servir as populações da capital do país.

“Somos todos iguais, seres humanos, cidadãos, mas a capital do país não pode ficar sem água. Penso voltar aqui no próximo ano, para constatar o avanço da obra e dizer quantas pessoas mais estarão a beneficiar da água destes três projectos”, prometeu.

Investimentos avaliados em 3,8 mil milhões de dólares

Os três projectos de abastecimento de água à cidade de Luanda, nomeadamente Quilonga Grande, Bita e Morro Bento (UGP), estão avaliados em 3,8 mil milhões de dólares norte-americanos, informou, ontem, em Icolo e Bengo, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.

O valor do investimento, a ser realizado com a construção de todos os sistemas de abastecimento de água, segundo o ministro, vai permitir eliminar o défice significativo de 58 por cento a nível da taxa de cobertura de abastecimento de Luanda.

João Baptista Borges anunciou haver, ainda, outro projecto que também vai ser importante, num âmbito mais restrito, do ponto de vista de cobertura geográfica, que é a conduta de água que vai levar água ao Morro Bento, Bairro Huambo, e toda a zona concentrada do Pedalé e Multiperfil, incluindo os estabelecimentos de ensino e de saúde.

“Estamos a falar de uma zona em que nunca houve água. É um conjunto de projectos relevantes e que, no global, vão permitir que cerca de dez milhões de pessoas tenham água até 2027”, explicou.

O projecto Quilonga Grande vai captar água do rio Kwanza para abastecer localidades como Cacuaco, Viana, Icolo e Bengo, bairros como Mulenvos de Baixo, Mundial, Belo Monte, 30, Cepa do Bengo, Zango, incluindo a centralidade 8.000, Novo Aeroporto, Cidade Universitária e a Zona Económica Especial.

A rede de distribuição será feita numa extensão de 30 quilómetros, que compreende as fases de captação, construção da adutora de água bruta, linha de transmissão e transformação externa.

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