UIP: UNIÃO INTERPARLAMENTAR DISPONÍVEL PARA APOIAR PROJECTOS DO PARLAMENTO.
O presidente cessante da União Interparlamentar (UIP), Duarte Pacheco, disse, em Luanda, que a organização está disponível para apoiar projectos inerentes à Assembleia Nacional (AN).
Aos jornalistas, após audiência com a presidente da AN, Carolina Cerqueira, Duarte Pacheco referiu que o auxílio aos projectos parlamentares não se limita apenas em edifícios, mas também na capacitação de cada deputado afecto ao hemiciclo com a implementação de uma academia.
“Temos que compreender que as pessoas não são enciclopédias. Normalmente, um deputado tem experiência profissional, como, por exemplo, em medicina, ou até mesmo agricultor, mas não sabe dos outros assuntos. No parlamento se debate tudo. Um dia fala-se sobre agricultura e no outro dia acerca dos problemas de educação”, disse.
Por isso, regozijou-se com o facto de a representante máxima da Assembleia Nacional ter anunciado um projecto relacionado com a academia.
“Este projecto pode também ter o apoio da União Interparlamentar naturalmente. Ora, para que os deputados estejam em condições de poder intervir e tomar uma decisão consciente, têm que saber o mínimo de todas as matérias. Portanto, é aí que a academia pode ser muito relevante”, defendeu.
Na abordagem, Duarte Pacheco lembrou, ainda, que a 147ª Assembleia-Geral da União Interparlamentar (UIP), que aconteceu no ano passado e que contou com a presença de mais de mil delegados de todo o mundo, Angola conseguiu mobilizar uma equipa para assegurar o evento.
“O importante foi a imagem que se transmitiu para o mundo. Se calhar 90 por cento das delegações nunca tinham estado em Luanda. E, portanto, aquilo que conheciam através de livros, televisão. Às vezes, com bons motivos, outras vezes até com motivos menos simpáticos” explicou, certo de que as pessoas estiveram “receosas com a organização”.
“Os delegados tinham muito medo da segurança. Por exemplo, quando chegaram aqui e viram a capacidade da organização, que tudo funcionou bem, que ao nível da saúde e da segurança as coisas funcionaram. Não existiu um único problema, porque tudo foi pacífico”, aplaudiu.
Duarte Pacheco acrescentou também que as pessoas saíram da Assembleia-Geral da União Interparlamentar com uma imagem completamente diferente daquela que tinham de Luanda.
“Ao saírem com essa imagem, estão mais disponíveis para falar bem de Angola, e, porventura, haja outros que estejam disponíveis para vir aqui fazer investimentos, fundamentais para o desenvolvimento do país”, destacou.
A grande preocupação organizacional de Angola, sublinhou, resulta de um povo que viveu um conflito armado durante décadas e, por isso, tem uma sensibilidade ainda mais apurada para a paz, como elemento fundamental para o desenvolvimento.
“Se houver conflitos, se houver guerra, não há desenvolvimento. E, neste caso, sem desenvolvimento as pessoas não vão melhorar as suas condições de vida. Não há investimento, não há trabalho, não há nada. A paz é fundamental”, frisou.
A União Interparlamentar é o principal interlocutor parlamentar da Organização das Nações Unidas (ONU) e leva a voz dos parlamentares aos processos de tomada de decisão das Nações Unidas, apresentando regularmente as suas resoluções na Assembleia Geral, realizando declarações e participando em debates sobre os temas principais da agenda da ONU.