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FILIPE MUKENGA: ESTADO DA BAHIA CONSAGRA MÚSICO ANGOLANO COM A DISTINÇÃO “MEDALHA TOMÉ DE SOUZA”
O músico Filipe Mukenga será homenageado no próximo dia 18, na Câmara Municipal de Salvador, no Brasil, com a Medalha Thomé de Souza, em homenagem ao fundador e primeiro Governador Geral do Estado da Bahia.
Antes da viagem, ao reagir à distinção, Filipe Mukenga exclamou que “será para mim, algo surpreendente e inédito, na medida em que eu nunca imaginei ou sonhei, que um dia ela teria lugar, começou a amar o Brasil na Angola colonizada e ainda pequeno”.
A interação com a cultura musical brasileira começou na tenra idade, quando o autor de “Ndilokewa” ouvia, nas estações de rádio, músicas de Ângela Maria, Wilson Simonal, Albertinho Fortuna, os Demónios da Garôa, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Martinho da Vila, Aguinaldo Timóteo, e tantos outros monstros da Música Popular Brasileira.
Bastante liberadodo, em declarações ao Jornal de Angola, Filipe Mukenga lembrou que o estado da Bahia é marcante para a sua carreira porque conheceu pessoalmente, em Salvador, Caetano Veloso, Gal Costa e Milton Nascimento.
“Tive o privilégio de conhecer Milton Nascimento, em Belo Horizonte, na sua empresa, a Quilombo, na altura, decorria um grande evento na Bahia, era o centenário da morte de Zumbi dos Palmares, guerreiro e libertador de escravos, um grandioso símbolo da nossa ancestralidade”.
O músico angolano conheceu, também, Djavan, Jorge Vercillo, Maurício Mattar, Zeca Baleiro, Zélia Duncan, entre outros artistas brasileiros, por isso, “eu passei a amar muito mais o Brasil”, realçou.
Num passado mais recente, lembrei ainda, conheci Gilberto Gil, que aceitou cantar com Djavan, no álbum “Seduzir” de Djavan, a canção “Nvula” (chuva), uma canção que Filipe Mukenka compôs na década de 1960, em homenagem a sua mãe, Isabel André, falecida em Abril deste ano.
Um dos músicos mais prestigiados dos anos 60, Filipe Mukenga nasceu a 7 de Setembro de 1949. É autor de 8 discos, e começou a tocar em 1964 por influência dos Beatles.Gravou o primeiro álbum, “Novo Som”, em 1990 para a editora EMI-Valentím de Carvalho.
“Nós somos nós”, o quarto disco, foi totalmente gravado no Brasil, e teve a direção de Zeca Boleiro, Ivan Lins e Martinho da Vila, que colaboraram no álbum.
Em Portugal, gravou o disco “Sons da Fala”, do projecto com o mesmo nome, lançado em 2007.Filipe Mukenga e Filipe Zau receberam o prémio “Common Ground Music Award”, em 2008, atribuído pela associação “Search for Common Ground” , em Maio de 2008, durante a sessão de apresentação do CD “Angola solta a tua voz”, em que ambos também colaboraram.
JSantos: “nem tudo é fácil”
O jornalista e escritor brasileiro JSantos está expectante com a homenagem ao amigo e parceiro musical, tendo afirmado que “estou muito feliz, mas um pouco apreensivo porque nem tudo é a ser fácil. Penso que uma eventual ausência não será positiva”.
Segundo interlocutor do Jornal de Angola, o processo ficou consolidado em Maio, quando esteve em Angola para lançar o livro “Bendito é o fruto”, em homenagem a Artur Arriscado, e para pesquisas em Luanda, Bengo e Huambo, com a corte do Rei do Bailundo, assim como para apresentar o projeto “Baóbas da Bahia”.
JSantos apresentou detalhes do documento do vereador Sílvio Humberto. “Tenho a satisfação de informar a aprovação da honraria Medalha Thomé de Souza para o Filipe Mukenga”. O evento a ser realizado no dia 18 deste mês, às 18h00, do Brasil, no Plenário Cosme de Farias, vai ter transmissão ao vivo pela TV Câmara Salvador, no canal aberto 12.3, no Portal da Câmara (www.cms.ba.gov .br) e pelo Youtube da TV Câmara Salvador. Fonte: JA
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