CASO BESA: ÁLVARO SOBRINHO PODE ESCAPAR À JUSTIÇA PORTUGUESA
O antigo presidente do BES Angola não tem nacionalidade portuguesa há 40 anos, mas continuou a usar os documentos portugueses até este ano. Há três meses que está em Angola, país que pode agora recusar extraditá-lo.
O julgamento do caso BESA, em que Álvaro Sobrinho e Ricardo Salgado estão acusados burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais, está prestes a começar, mas ninguém sabe se o banqueiro angolano vai sentar-se mesmo no banco dos réus.
Uma investigação da SIC Notícias, que foi para o ar na noite de quarta-feira, revela que Álvaro Sobrinho foi retido no passado mês de agosto, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde lhe foi apreendido o passaporte, porque o presidente do BES Angola deixou de ser português há 40 anos.
De acordo com este canal de televisão, Álvaro Sobrinho renunciou à nacionalidade em 1984, mas continuou a usar, por alegada “falha de comunicação” do Instituto dos Registos e Notariado, os documentos portugueses até este ano.
Sem dupla nacionalidade, o arguido regressou a Luanda, sem cumprir o Termo de Identidade e Residência, cuja morada declarada é em Cascais.
Por já não ser português, lembra ainda a SIC, Angola pode recusar extraditá-lo para Portugal, para ser julgado no processo em que é acusado de ter desviado 400 milhões da sucursal angolana do BES.