Tuesday Dezembro 3, 2024
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PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO DEFENDE CULTURA DA PAZ EM ÁFRICA E DIPLOMACIA PREVENTIVA

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana realizou hoje uma sessão de trabalho, em formato virtual, precisamente no dia em que o continente celebra o Dia da Paz e Reconciliação em África.

O Presidente da República de Angola, João Lourenço, tomou parte do evento por via de uma mensagem audiovisual, atendendo à sua qualidade de Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África. Essa comunicação constituiu o ponto mais alto da comemoração, pela segunda vez, da efeméride. Na mensagem com destinatário África [disponível nesta página], o Presidente João Lourenço observa que, no exercício das responsabilidades enquanto Campeão Africano para a Paz e Reconciliação, tem-se empenhado “na busca de soluções pacíficas para os diferentes conflitos que perduram em várias regiões do continente, encorajando permanentemente o diálogo e promovendo a consulta política como via para o reforço da confiança e para a construção de entendimento entre as partes desavindas”. Segue-se, na íntegra, a Mensagem de Sua Excelência João Lourenço, Presidente da República de Angola e Campeão Africano para a Paz e Reconciliação.

MENSAGEM DE SUA EXCELÊNCIA JOÃO LOURENÇO, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA E CAMPEÃO DA UNIÃO AFRICANA PARA A PAZ E RECONCILIAÇÃO EM ÁFRICA, POR OCASIÃO DA SESSÃO ESPECIAL DO CONSELHO DE PAZ E SEGURANÇA DEDICADA AO “DIA DA PAZ E RECONCILIAÇÃO EM ÁFRICA” LUANDA, 31 DE JANEIRO DE 2024

Irmãs e Irmãos Africanos,

O nosso continente comemora hoje 31 de Janeiro de 2024, pela segunda vez, o Dia da Paz e Reconciliação em África.

Trata-se de uma data de grande relevância, que nos impele a fazer uma reflexão sobre o percurso feito até aqui e sobre o caminho que resta percorrer, na busca da realização dos grandes objectivos da paz, da estabilidade e da reconciliação no continente africano.

Em Maio de 2022 em Malabo, fui designado pela União Africana, Campeão para a Paz e Reconciliação em África, tendo a partir dessa data passado a me dedicar com maior empenho na resolução do conflito que se desenrola no Leste da RDC, bem como contribuir na normalização das relações político-diplomáticas entre a República Democrática do Congo e a República do Ruanda.

No exercício destas responsabilidades que me foram conferidas, tenho me empenhado na busca de soluções pacíficas para os diferentes conflitos que perduram em várias regiões do continente, encorajando permanentemente ao diálogo e

promovendo a consulta política como via para o reforço da confiança e para a construção de entendimentos entre as partes desavindas.

Realço nesta data, a grande importância que deve passar a assumir para todos os africanos e principalmente para os jovens, as iniciativas que levem à construção de uma cultura de paz e se inclinem para a diplomacia preventiva, como vectores insubstituíveis de prevenção de conflitos no nosso continente.

É dentro deste espírito que a República de Angola, procura dar a sua melhor contribuição para a construção de uma cultura de paz, albergando a cada dois anos, o Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz e Não-Violência “Bienal de Luanda”, no âmbito de uma parceria estabelecida entre o Governo angolano, a União Africana e a UNESCO.

Em finais do ano transato, realizou-se em Luanda a terceira edição deste fórum, em que participaram Chefes de Estado e de Governo, entidades políticas de diferentes níveis e personalidades de distintos ramos da vida social, política e cultural dos nossos países, para em conjunto abordarmos as questões relativas à promoção de uma cultura de paz e não-violência em África.

Não temos outras opções que não sejam a da edificação da paz, da segurança e da estabilidade, para cuidarmos da ingente tarefa que consiste na criação de condições humanas e materiais, com o objetivo de promover o desenvolvimento económico e a melhoria das condições de vida das nossas populações.

Irmãs e Irmãos Africanos

É com profunda preocupação que constatamos existir um número crescente de focos de tensão e conflitos intensos no nosso continente, como a guerra no Sudão e os golpes de Estado na África Ocidental e Central, os quais têm dilacerado vidas

humanas e provocado a destruição da estrutura social e material das sociedades e das famílias onde ocorrem essas disputas e criado instabilidade nos países limítrofes e no continente em geral.

Os Governos, partidos políticos, organizações da sociedade civil e os cidadãos africanos no geral, somos todos chamados a contribuir para a harmonia, compreensão e sã convivência entre os povos e nações, tendo como meta a construção de uma África unida, em paz e dedicada ao progresso e ao desenvolvimento.

Enquanto Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação Nacional, trabalharei sempre na busca de soluções que levem à conquista e preservação da paz, da reconciliação nacional, da democracia e do respeito dos direitos humanos no nosso continente.

Permitam-me expressar a todas as irmãs e irmãos africanos, a minha confiança num futuro promissor de pleno resgate da dignidade dos povos de África, de prosperidade e de progresso.

Desejo a todos um feliz Dia da Paz e de Reconciliação em África.

Viva a África!

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