PRESENTES DE NATAL, LOJAS AO RUBRO

No centro do Belas Shopping, um dos maiores mercado coberto em Angola, o visitante vê[1]se atraído por um cenário rubro, de onde sobressaem imagens diversificadas, que lembram qualquer mortal o advento do momento festivo.

Tarde de domingo! Os ponteiros do relógio marcam 11 horas e, lá fora, o sol caminha célere em direcção ao mar, mas no interior da loja parece começar o dia. Multidões de diferentes grupos etários “assaltam” as lojas, elas também adornadas para uma época especial e um público tomado por um frenesim consumista. O panorama é bastante colorido com decoração em torno do espaço de cores vermelha, verde, prata e alguns detalhes dourados simbolizando a quadra festiva. O “Espaço Recreativo”, nome atribuído ao espaço, situado a escassos metros da praça de alimentação, que acolhe actividades culturais, entre feiras de livros e exposição de peças artísticas e fotográficas. Desta vez, o espaço destina-se a espaço de Natal, onde os visitantes ao Shopping pousam para a posteridade com artefactos natalinos. No local, foram erguidas vários árvores de natal normal que circundam a árvore gigante com aproximadamente 20 metros de altura.

Maura, uma menina de apenas seis anos de idade, está radiante, entre a árvore gigante e o “Pai Natal”, este, sempre com as mãos provedoras de presentes, sobretudo, para os pequenos. O local recebe diariamente 30 visitantes.

Para as crianças, não basta contemplar imagens como as de árvores gigantes e de “Papa Noel”, mas levar atractivos para a sua galeria de brinque[1]dos em casa.

Uma gerente de uma loja de brinquedo que pediu para falar sob anonimato,  explica que, nesta altura, os clientes procuram mais roupas para oferecem às meninas.

Preços elevados desencorajam clientes

Marta Afonso, técnica média de saúde, encontrava-se no exterior da loja com três embrulhos de presente, mostrou-se descontente com os preços de algumas lojas. “Saí de casa com o objectivo de comprar quatro presentes para os meus filhos e trazia 30 mil kwanzas, mas não contava que os preços subissem tanto”avaliou.

No  centro comercial  Fortaleza, a marginal de Luanda, os preços altos , também mordem  as canelas dos luandenses “Um  quadro pequeno para decoração  de numa cozinha  esta no valor de 60 mil kwanzas”,  desabafa Cristina Romão,  doméstica, 45 anos. “Penso que os preços estão muito altos e sou de opinião que os brinquedos deveriam ter um preço mais baixo para que possamos dar a todas as crianças, porque com esses preços, não dá para comprar brinquedo para mais ninguém”, atirou.

Mas a Sul da capital, no bairro de São Paulo, quem julgava que fosse encontrar presentes mais baratos, como de costume,  ficou desapontado.

Na Princesinha, uma das lojas mais recheadas  do local, preços dos produtos (desde esferográficas a bonecas ) rondam entre os 4 mil  kwanzas e 50 mil kwanzas.

“Queria oferecer um carrito de brinquedo ao meu filho mas fiquei assustada com o preço. Custava mais de 300 mil kwanzas”, desabafou uma dona de casa, visivelmente desiludida..

“Talvez  no próximo ano, o país melhore, a inflação baixe e saiamos das compras todos satisfeitos”, interrompeu um jovem que desapareceu rapidamente entre a multidão.