Thursday Novembro 21, 2024
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NA BRONCA DA VERDADE ELEITORAL, AINDA

O funeral de Mikhail Gorbachov, último líder da então União Soviética, marcou a actualidade internacional no sábado passado, 03 de Setembro. Falecera de doença, na terça-feira, 30 de Agosto, aos 91 anos de idade. Em vida, granjeou o prémio Nobel de Paz em 1990, pelo protagonismo no fim da guerra fria, simbolizado pela queda do Muro de Berlim em 1989. Carregou o paradoxo de alto renome, no exterior, da Rússia, e odiado internamente pelos saudosistas da superpotência soviética.

O actual mestre do Kremlin, Vladimir Putin, não assistiu ao enterro, alegando falta de espaço na sua agenda. Abundaram, ao contrário, os encómios pelo mundo fora, entre os quais do Papa Francisco. Em pêsames enviados à filha única Irina, o Papa Francisco valorizou, na memória do finado, “o perspicaz compromisso com a concórdia e a fraternidade entre os povos”.

Por cá, arrancou o ano escolar 2022/23 no início da semana, como previsto. O ministro do Estado chefe da Casa Civil, Adão de Almeida, presidiu à cerimónia ocorrida sob o lema “Transformar a Educação para responder aos desafios da inclusão escolar e criar resiliência”. Focou as cifras alucinantes do gigantesco esforço governamental, empreendido no desafio. Destacamos: o acolhimento de um milhão e seiscentos mil petizes na 1.ª classe do escalão primário; 600 mil bolsas de estudos disponibilizadas para a frequência do ensino geral do primário e secundário; 220 mil professores para atender mais de 10 milhões de alunos no ensino pré-escolar, primário e secundário; etc.

No estilo ufano, o discurso omitiu as crónicas carências recorrentes como as vagas insuficientes, a candonga sazonal e vícios afins. Seja como for, a pontualidade do acto restaurou certa normalidade nacional, perturbada pelo processo eleitoral ainda inconclusivo. Tal como, a diversão da multidão juvenil, espalhada por um simultâneo trunfo desportivo, alcançado no domingo passado. Isto é, a qualificação de Angola para o próximo campeonato africano de futebol.

Os Palancas Negras, o onze nacional, surrou o adversário sul-africano por 4 a 1, em Joanesburgo. O país voltará, por conseguinte, a assinalar presença na competição continental, programada para Argélia, no princípio de 2023.

Quanto ao azedume eleitoral, prolonga-se a expectativa. O conflito já aterrou no Tribunal Constitucional,  sob as vestes de Tribunal Eleitoral. Na birra colateral, um agente bancário foi detido, suspeito da autoria do falso rumor sobre a morte do presidente João Lourenço. Infestou, também o clima, a colocação das forças armadas em prontidão combativa operacional, para o período de 4 a 20 de Setembro. Mas, consola a serenidade sempre prevalecente, na brasa das farpas virais pela tela e de uma conspurcada média pública.  Será hoje o veredicto, 15 dias volvidos desde o 24 de Agosto? A ver, vamos.

No ambiente deletério, vale, ainda, a permanência espiritual do magistério de fé da CEAST. Mormente, a sua mensagem pastoral sobre as eleições, e, em especial, a equidistante passagem que citamos: “O desrespeito da Constituição, da lei ou do veredicto das urnas, quando as eleições foram livres, imparciais e transparentes, manifestaria uma grave disfunção na complexa gestão do País e, simultaneamente, significaria uma falta geral de competência na condução da realidade pública”.

VISÃO JORNALÍSTICA

(Uma co-produção de Siona Casimiro e Padre Augusto Epalanga. Apresentação de Wilson Capemba).

Luanda, 08 de Setembro de 2022.

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