UNITA EM BENGUELA: “VAMOS CRIAR UM GOVERNO DE COMPETENTES, NÃO DE PARTIDÁRIOS”
A UNITA apresentou, em Benguela, o manifesto eleitoral do partido num ato que marca o arranque da campanha eleitoral. Apela à correção dos cadernos eleitorais e afirma que estão “criadas as condições para a mudança”.
A UNITA apresentou este sábado (23.07), na província de Benguela, as linhas mestras do manifesto eleitoral para as eleições gerais de 24 de agosto.
No ato de arranque da campanha eleitoral, o partido liderado por Adalberto Costa Júnior, sob o lema “A hora é agora”, frisou a necessidade de um “governo inclusivo e participativo”. A revisão da Constituição da República, o combate à fome e à pobreza, habitação, desenvolvimento rural e urbano, juventude e desporto, inserção social para antigos combatentes e ex-militares, melhorias do sistema de saúde e educação, são algumas das prioridades do partido do Galo Negro.
Adalberto Costa Júnior lançou duras críticas ao principal adversário, MPLA, na pessoa do seu presidente João Lourenço, por adiar a construção de uma verdadeira nação para os angolanos. Costa Júnior, diz que, o país não pode ser visto como “república das bananas”.
“O nosso grande projeto é a construção da nação adiada. Nós temos um país que não consegue dar cidadania a uma boa parte dos seus filhos, que não tem bilhete de identidade. Vamos criar um Governo de competentes e não de partidários, onde não é a militância que vai determinar a inclusão do Governo. O Governo está em ingestão e não mais em governação porque o Presidente da República é candidato e está em campanha eleitoral. As leis são claras sobre esta matéria. É no interesse de Angola que temos que defender a legalidade. João Lourenço já não pode assinar mais nada”, sublinhou.
“Todos os modelos foram experimentados”
No ato de lançamento da campanha eleitoral, Paulo Lukamba Gato, diretor Nacional da Campanha da UNITA e da Frente Patriótica Unida (FPU) reiterou que “a hora da mudança é agora”. Segundo o responsável, o partido esta a sentir-se acarinhado pela população que almeja a alternância.
“A hora é agora! 47 anos depois de uma governação do MPLA, todos os modelos de governação foram experimentados, todas as fórmulas foram experimentadas. Em 2017 houve mudança na continuidade. A governação do MPLA define-se com uma palavra: pobreza generalizada. 47 anos desde a independência, 20 anos de paz, cinco anos com uma liderança diferente, resultado claro: pobreza generalizada. A hora da alternância é agora. Estão criadas as condições para a mudança”, frisou.
Já Abel Chivukuvuku, líder do projeto PRA-JA Servir Angola e candidato a vice-presidente na lista da UNITA, aponta o dedo à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e apela à correção dos cadernos eleitorais.
“A transparência e justiça das eleições não é só no dia em que se vota, é todo um processo. O problema dos cadernos eleitorais demostrou forte tendência de má fé, alguns indicadores de incompetência e sobretudo tendência de manipulação do processo. Não é correto e vamos a tempo de corrigir se o regime assim entender. Transmitir serenidade ao país, transmitir confiança no processo”.
Mudança é a solução
Membros da sociedade civil em Benguela dizem aguardar pela alternância política no país, visto que a transformação de Benguela em Califórnia não foi concretizada. Para João da Silva, a mudança é a solução para combater a fome e a pobreza em Angola.
“Não vai depender da narrativa escrita. Vai depender da visão politica e estratégica de se fazer implementar esses projetos, isso é que vai combater e mitigar os efeitos da pobreza extrema e sobretudo nas localidades e nas regiões que fazem parte do litoral. O êxodo populacional resulta da fraca produtividade e isso tem trazido um impacto muito negativo do ponto de vista da pobreza em Angola”, disse.
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