Monday Setembro 16, 2024
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JES, A MAKA DA QUEDA, FAMÍLIA, ESTADO E O MPLA

José Eduardo dos Santos está a fazer, provavelmente, a curva mais apertada da sua vida, ali no Centro Teknon, em Barcelona, Espanha, numa altura em que a sua condição divide a família, dá azo a várias teorias e aproveitamentos e até muita admiração. Não passa(ria) pela cabeça de ninguém que o ex-Presidente viveria um dia uma situação destas, mas se calhar nem vale a pena falar sobre isso porque, como dizia o filósofo Hegel, a “História repete-se, pelo menos, duas vezes”.

A História de Mobutu não data da Idade Média, pelo contrário, aconteceu ontem e o que é que os outros estadistas aprenderam com isso?

Sobre a queda e consequências até ao coma, diz-se que “ah, porque, ah, há um plano saído de Luanda para Barcelona para liquidar o ex-Presidente”, mas as circunstâncias em que apanhou a queda, a forma inexplicável como ficou quase vinte minutos sem assistência, a demora dos primeiros socorros espanhóis terem chegado, além de quem esteve em casa, como soube da queda e o que fez ou não fez, pouco ou nada se fala.

A ser verdade a informação inicial, de que o ex-Presidente passou por aquelas situações, importava saber mais o que realmente aconteceu. Como uma pessoa quase octogenária, com o perfil de JES, um ex-Presidente, com necessidades médico.sanitárias especiais porque não anda nestes últimos anos completamente de saúde, fica sozinho e naquelas circunstâncias.

Sobre a forma disparatada como uma das filhas tem reagido, compreensível à luz de falhas paternais geradas pelo próprio ex-Presidente, a começar pelo facto de não ter preparado a família sobre a saída do poder e os efeitos.

Como diz a experiência, o “privilégio cega” e a forma como algumas filhas sempre reagiram demonstra essa falta de preparação para passarem a viverem uma vida diferentes dos “luxos absolutos”, agora com os luxos relativos (cumprir filas nos aeroportos, usar passaportes normais, etc).

Estranho que o MPLA, que sempre deu exemplo de gestão intramuros dos problemas que envolvem “as suas gentes”, não consegue “abafar” os disparates e acusações gravíssimas que uma das filhas de JES faz publicamente contra o seu presidente!

Para finalizar, espero que JES recupere, embora as possibilidades sejam muito remotas, a julgar pelas informações médicas que apontam para um quadro de irreversibilidade, mas em caso de pior, Diabo seja surdo e mudo, acho que as instituições do Estado não deveriam nunca disputar o corpo com a família.

Se os familiares entenderem que deverão enterrar provisoriamente em Espanha, que seja feita a vontade dos mesmos. Se entenderem que, apesar dos pesares, deve ser transladado para Angola para um funeral de Estado, melhor.

Pensamento de Faustino Henrique

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