VISÃO JORNALÍSTICA: ATENÇÃO EM IDEAIS MAIS ELEVADOS

Findou, no Reino Unido, o mandato de 70 anos de ElizabeteII na passada quinta-feira, 8 de Setembro. No seu saldo memorável, ficam: a transição do século 20 para o presente; a mutação do Império colonial, britânico para a Commonwealth; chancela de18 chefes de governo; cimeiras com cinco Papas (João XXIII, Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI; Papa Francisco); etc. O filho de 73 anos sucedeu logo sob o nome de Charles 3. E o neto, o príncipe William, doravante príncipe de Gales, já perfilou para o relevo. Esta ordem da coroa representa uma das virtudes da estabilidade e previsibilidade da monarquia inglesa e no mundo, em geral.

Em Angola, entrementes, caiu o pano sobre o processo eleitoral, a meio de controvérsia própria da democracia republicana e rastejante. O MPLA venceu com 51,17 % de votos, seguido da UNITA com 43,95 %. Continuidade, portanto, para João Lourenço como Presidente da República, tomando posse hoje. Tal como a sua parceira na corrida, a senhora Esperança Costa, como vice-presidente. Os rivais Adalberto Costa Júnior e Abel Chivukuvu deverão comandar a nutrida bancada parlamentar de 90 deputados. A abstenção, maior vencedor incontestado, elevou-se a mais de 54%. Nas contas supremas da Nação e pelo bem, prevaleceu a paz, os ressentimentos encaminhados para os trilhos de expressão normal. Impõe-se aos competidores diretos, amadurecer os resultados obtidos entre sonhados e comprovados. Igual exercício impõe-se aos profissionais da mídia, cujo desempenho sofreu a crítica transversal dos observadores. Em especial, o sector público do precioso serviço, pela parcialidade a favor do situacionismo. Será possível a alternância impactar na reviravolta da falha? É um dos seus desafios capitais, explorando o registado crescimento alcançado. A era digital abriu espaço para varrer o monopólio autocrático de uma TPA exclusiva, existindo empreendedores interessados e determinados. Aprofundem-se sinergias e projetos nesta perspetiva. As forças vivas da Nação, saturadas do sequestro autocrático da mídia pública, não podem continuar a lamuriar-se. A hora é de sacudir em substância o detestado, ao bem da sanidade pública.

A fé exibiu mais uma lição do esforço ecuménico, com a realização do VI Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais. Decorreu no Cazaquistão, de segunda-feira a ontem da semana em curso. O Papa Francisco participou nele, efetuando a 38ª visita apostólica do seu pontificado. Viajou sob o eloquente lema de “Mensagem de paz e de unidade”. Desenvolveu o tema em cinco discursos a detalharmos em próximas ocasiões.

Por cá, a espiritualidade cristã adequa-se ao refluxo das paixões para a normalidade da vida nacional. Neste contexto, também, socorre a mensagem pastoral da CEAST sobre as eleições. Em singular, pelo enfoque do enxerto que citamos sobre: “a consciência do facto de que todos nós, angolanos, temos uma Nação a construir e um Estado a consolidar. Isto exige de todos a fixação da atenção em ideais mais elevados, inclusive em relação aos interesses partidários e ou de grupos”.

VISÃO JORNALÍSTICA

(Uma coprodução de Siona Casimiro e Padre Augusto Epalanga. Apresentação de Wilson Capemba).

Luanda, 15 de Setembro de 2022.