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PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO AVALIA SITUAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA DO BIÉ
O Presidente da República desloca-se, hoje, à província do Bié, para uma visita de trabalho de dois dias, que terá, como ponto alto, o testemunho, de forma simbólica, do início da colheita de trigo na presente temporada.
De acordo com o secretário do Presidente da República para a Comunicação Institucional e Imprensa, Luís Fernando, no primeiro dia da visita, João Lourenço vai dirigir a habitual reunião com o Governo da província, para uma avaliação global do estado do território, com destaque para todos os projectos que contribuem para o desenvolvimento desta província do Centro do país, sejam no âmbito do PIIM, sejam iniciativas de qualquer outra natureza, mas que se reflectem na vida das populações.
“Vai ser mais um capítulo de formato presidência aberta, uma maneira de atacar desafios e constrangimentos, de forma directa, ali onde eles se apresentam, para tornar o exercício da governação mais ágil e mais funcional”, destacou Luís Fernando, reforçando que, no segundo e último dia da visita (amanhã), o Presidente da República vai tomar contacto com a produção agrícola, em larga escala, visitando uma grande exploração de trigo e, simbolicamente, testemunhar o início da colheita do cereal na presente temporada.
“Vários outros momentos ligados à produção que se desenvolve com iniciativas vigorosas dos cidadãos e empresas naquela parte do país vão, também, ser alvo da atenção do Presidente da República, que regressa à capital do país neste mesmo dia”, ressaltou Luís Fernando, na comunicação sobre a deslocação do Presidente João Lourenço ao Bié. A cidade do Cuito regista, desde segunda-feira, um ambiente de muita euforia.
Os cidadãos não escondem a satisfação que sentem pelo facto de o Presidente da República regressar à sua província. Em muitos lugares da cidade, é possível vislumbrar cartazes com palavras de boas-vindas ao Presidente João Lourenço.
A província do Bié é uma das que mais visita do Presidente da República recebe. O Chefe de Estado esteve nesta província, em mais de uma ocasião, sendo a primeira, em 2020, para proceder à inauguração do Hospital Provincial “Walter Strangway” e, em2021, o Campus Universitário da Universidade Internacional do Cuanza, ocasião durante a qual procedeu, igualmente, à abertura do ano académico do subsistema do ensino superior em Angola.
Mais investimentos na agricultura
Quando estiver em solo bieno, o Presidente João Lourenço vai ouvir, seguramente, dos agentes económicos, durante o encontro conjunto, pedidos no sentido de serem aumentados os investimentos para o sector agrícola. A agricultura tem-se constituído na base fundamental para o crescimento económico da província do Bié.
Os operadores deste sector económico, reunidos quer em cooperativas e associações, quer noâmbito dos projectos agrícolas familiares, este último transformado na principal fonte de sustento de muitas famílias locais, necessitam de maior incremento de investimentos provenientes do sector público, já que a nível da banca comercial defendem que as coisas não têm sido nadas fáceis.
O acesso ao crédito agrícola, dizem, tem sido difícil, e muitas vezes “penoso”, tendo em a tenção os juros que são cobrados. “Não tem sido fácil nos aguentar ao longo dos anos, principalmente quando recorremos ao financiamento privado, porque os juros praticados não são suportáveis para qualquer um, principalmente para aquelas pessoas que se dedicam, essencialmente, à agricultura familiar”, diz Horário Paiva, um dos produtores mais antigos do Bié.
A produção familiar é, actualmente, responsável por 90 por cento da oferta de bens agrícolas produzidos em todo o Planalto do Bié. Actualmente, os agricultores já conseguem diversificar as culturas com uma variedade de produtos, em que se destacam a produção de cereais de todo o tipo e em grande escala, hortícolas, tubérculos e frutícolas.
A nível da agricultora mecanizada, a província do Bié procura dar passos seguros, sendo visível os índices de produção registados ao longo dos últimos três anos por duas grandes fazendas, nomeadamente a Arrozal, que produz grandes quantidades de arroz e de muito boa qualidade, e a Agro-industrial, propriedade das Forças Armadas Angolanas, que está a produzir milho em grande escala, ambas unidades agrícolas situadas no município de Camacupa.
Na altura, Pereira Alfredo avançou que até 2027 o Bié prevê produzir um milhão e 200 mil toneladas de cereais e grãos numa área cultivada de 480 mil hectares, em que as prioridades serão, além do arroz, a soja, o trigo, o milho e o feijão, tendo salientado que, durante o processo, o Governo e os agricultores locais vão contar com o apoio daqueles países cujas realidades são de grande sucesso a nível mundial, nomeadamente no segmento do agronegócio, na produção em grande escala de cereais e grãos, e em outras actividades agrícolas.
PIIM está na materialização
No âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), em quatro anos de Implementação na província do Bié, o Executivo angolano desembolsou um total de 39 mil milhões, 100 milhões, 320 mil e 145 kwanzas, em obras adjudicadas para a região.
Com o objectivo de proporcionar maior qualidade de vida às populações locais, 198 acções e projectos, dos 226 inscritos no âmbito do PIIM, foram concluídos pelo Governo do Bié e entregues aos nove municípios que compõem a área geográfica da província.
No essencial, trata-se de obras com grande impacto na vida das famílias, das instituições e das pessoas singulares. Durante o período em referência, o valor desembolsado permitiu construir oito novas unidades hospitalares, com 710 novas camas, e 35 escolas, das quais 20 com sete salas de aula, e 15 com 12, o que permitiu acomodar agora pouco mais de 16 mil alunos, que estudavam em péssimas condições.
Durante os quatro anos de execução dos projectos do PIIM no Bié foram recuperadas diversas vias secundárias e terciárias. As empreitadas incluíram a recuperação de pontes em áreas estratégicas agrícolas, com terraplenagem de mais de 700 quilómetros de vias, o que permitiu uma melhor fluidez na circulação de pessoas e mercadorias do campo para os principais centros logísticos e urbanos da província e do litoral do país.
Segundo fontes do governo local, o investimento do Estado permitiu, igualmente, melhorias no saneamento básico, principalmente na cidade do Cuíto, e nas vilas sedes do Andulo,
Chinguar, Cunhinga e Nharêa, a asfaltagem das sedes administrativas do Cuemba, Camacupa, Catabola e Chitembo, e criou mais de três mil postos de trabalho permanentes em toda a província.
O PIIM, de acordo com o governador Pereira Alfredo, trouxe resultados bastante positivos para a província do Bié, nos últimos quatro anos, principalmente para as famílias que vivem em zonas potencialmente agrícolas.
Os sectores da Saúde e da Educação, duas grandes prioridades do Estado, também beneficiaram bastante com a chegada do PIIM à província.
“Temos uma carteira de projectos concluída em 85 por cento, e acreditamos que, até final da sua implementação, só trará coisas boas para a população do Bié”, realçou o governador.
Incumprimentos dos empreiteiros
O governador do Bié, Pereira Alfredo, referiu, por outro lado, que muitos empreiteiros, por incapacidade técnica, têm causado constrangimentos ao bom rumo da qualidade das obras executadas.
Revelou, entretanto, que a Comissão Interministerial para a Implementação do PIIM tem conhecimento de tais factos e tem tomado medidas decorrentes da lei e da Constituição. Pontualizou que os casos ocorridos localmente são encaminhados, numa primeira instância, para a Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) e à Procuradoria-Geral da República para o devido tratamento processual.
“O PIIM, a nível local, é uma referência em termos de execução. Mas isso não significa que nãohaja constrangimentos, nem dificuldades. Temos verificado incumprimentos, incapacidade nos empreiteiros, talvez devido à má condução dos processos na contratação, mas temos tido óptimos resultados na implementação do programa a nível provincial”, realçou.