PROSSEGUEM AS SURPRESAS NO CAMPEONATO AFRICANO DE FUTBOL, ANFTRIAO CAÍ DIANTE DA GUINÉ EQUATORIAL. ANGOLA DEFRONTA HOJE O BURKINAFASSO.
A manutenção da liderança do Grupo D dá o direito a Angola de regressar a Bouké para jogar os oitavos-de-final.
A Selecção Nacional tem a faca e o queijo na mão para confirmar a fatia da qualificação, mas é obrigada a desconfiar e olhar ao redor porque o Burkina Faso, adversário desta noite, 21h00, no Estádio Charles Konan Banny, em Yamoussoukro, e a Argélia que joga a mesma hora com a Mauritânia, estão de olhos atentos para abocanhar a liderança, se houver um deslize angolano.
Ao contrário dos outros desafios anteriores, este tem um grau de exigência diferente. Até certo ponto é mais para confirmar do que para fazer contas, ou seja, a obrigação de vencer não é de vida ou morte, porque o empate serve.
Com a iminência da qualificação no topo do Grupo D, é importante que as Palancas Negras evitem cair no conformismo. A equipa dá sinais de que precisa primeiro aquecer para deslizar em campo, mas este tipo de atitude não é aconselhável num jogo contra um adversário da mesma bitola.
O Burkina Faso pode não ter os nomes da Argélia, mas está na discussão da liderança. Fica claro que este é o adversário mais difícil, merece estar no topo das prioridades quando o jogo começar para que no final a alegria e as danças exibidas antes e depois do triunfo com a Mauritânia valham a pena.
A Selecção Nacional só precisa de um bom resultado e confirmar a passagem. A equipa tem de aceitar consentir todo o sacrifício exigido para manter-se em competição. O que acontecer vai evitar a repetição de 2012, quando Angola também chegou ao derradeiro jogo apurado, mas perdeu 2-0 e voltou para a casa cabisbaixa.
Até certo ponto, a Argélia tem uma espécie de missão impossível. Tem de vencer, pois se empatar ou perder com a Mauritânia soma o segundo fracasso consecutivo na fase final do CAN, tendo em conta que na edição passada também tombou na primeira esquina. As Raposas do Deserto têm de fazer pela vida contra esta noite, diante de uma selecção acessível a todos os níveis, mas quando está motivada causa muitos embaraços.
Este CAN tem sido marcado por surpresas, a eliminação da Argélia pode ser mais uma, mas é ponto assente que os argelinos ambicionam mostrar que ainda estão vivos e devem ser levados em conta. Os Leões de Chinguetti jogam para cumprir calendário, nada têm a perder, mas devem ambicionar uma despedida em grande estilo.
Percurso dos Garanhões serve de estímulo
O Burkina Faso é das selecções africanas que mais prende a atenção do técnico Pedro Gonçalves, a co-liderança com os Garanhões significa alguma coisa, mas o treinador das Palancas Negras garantiu ontem em conferência de imprensa que a equipa tem de se sentir estimulada a dar todas as respostas possíveis, tendo em conta o histórico de bons resultados do adversário nas edições passadas do CAN.
Com base nas pesquisas que fez, o seleccionador nacional descobriu que desde 2013, o Burkina Faso é a única selecção que atingiu três vezes as meias-finais do CAN. “Isto revela bem a consistência daquilo que tem sido o seu crescimento desportivo.”
Tudo o que os Garanhões têm feito levou anos a construir, é por isso que as Palancas Negras não podem se distrair com o facto de estarem na liderança do Grupo D. “Acredito que este será um jogo extremamente competitivo, árduo mais uma vez e extremamente exigente”, antevê.
A meta estabelecida por Pedro Gonçalves “é passar a fase de grupos,” mesmo com um empate. O desiderato é facilmente concretizado, contudo o técnico nacional espera que cada pupilo perceba a importância de jogar para vencer. “Temos mais uma batalha árdua pela frente. É preciso respeitar as valências competitivas deles, mas o nosso foco absoluto é conseguir os nossos objectivos”, sublinhou.
“A preparação passa muito pela recuperação”, explicou, mas prometeu entrar em campo sem desculpas. “É muito importante para nós superar a meta que estabelecemos, vamos procurar ser competentes”, vaticinou. Quando foi feito o sorteio do CAN, Angola era “penúltima do ranking,” mas agora que a primeira fase está no fim é a líder, ou seja, a prática provou nos dois jogos anteriores que as Palancas Negras são capazes de fazer e alcançar coisas agradáveis. “Ou você acredita que tudo isto é um processo ou está sempre aos sobressaltos a acreditar que tudo acontece com o estalar do dedo”, argumentou.
Embora não esteja muito preocupado com as fatias de favoritismo dos Garanhões, o mais importante para Pedro Gonçalves é a selecção provar que está no CAN a semear para o futuro. “Queremos ser constantes, regulares e sem sobressaltos, tudo tem de ser de forma fluida. Temos de ser pacientes e todos os intervenientes também têm de ser resilientes e pacientes”, finalizou.
OUTRO ASSUNTO:
A anfitriã Côte d´Ivoire foi derrotada esta segunda-feira, em Abidjan, pela Guiné Equatorial, por expressivos 0-4, em jogo da 3ª e última jornada (grupo A) do CAN`2023.
Com este resultado surpreendente, diante dos donos de casa, a equipa da Guiné Equatorial lidera a série A, com sete pontos, os mesmos da Nigéria, na segunda posição.
A Côte d´Ivoire, terceira com 3 pts, dificilmente se qualificará para os oitavos-de-final, ainda que a matemática se estenda até na possibilidade entre os quatro melhores terceiros dos seis grupos constituídos. Os dois primeiros classificados de cada grupo apuram-se directamente.