O EX-MINISTRO DAS FINANÇAS DE MOÇAMBIQUE, MANUEL CHANG, DECLAROU-SE INOCENTE NUM TRIBUNAL DE NOVA IORQUE
Na primeira sessão do julgamento relativo ao escândalo das dívidas ocultas, depois da extradição da África do Sul.
De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o juiz distrital Nicholas Garaufis considerou haver risco de fuga e negou o pedido do ex-ministro de libertação sob fiança.
Os procuradores defenderam que Chang deve permanecer sob custódia porque Moçambique não tem um acordo de extradição com os Estados Unidos da América (EUA).
O antigo ministro pode enfrentar 55 anos de prisão se condenado pelas acusações.
Chang chegou a Nova Iorque na quarta-feira (12.07) ao final do dia, depois de ser extraditado da África do Sul, onde estava sob custódia desde a sua prisão em 2018, tendo-se apresentado hoje num tribunal em Brooklyn.
A acusação dos EUA diz que Chang fez parte um grupo de dirigentes corruptos moçambicanos, que terão conspirado com banqueiros do Credit Suisse para garantir um empréstimo avalizado pelo Estado para projetos marítimos que acabaram por não se concretizar, e avolumaram a dívida pública moçambicana.
Moçambique entrou em incumprimento financeiro relativamente a esta dívida de cerca de 2,7 mil milhões de dólares da qual parte serviu apenas para pagar aos promotores do processo, o que desencadeou um corte no financiamento externo e na ajuda dos doadores internacionais, além de ter arrastado o país para uma grave crise económica e financeira, da qual ainda está a recuperar.
Organizada pelos bancos Credit Suisse e VTB da Rússia.
Os empréstimos foram secretamente avalizados pelo Governo da Frelimo, liderado pelo Presidente da República à época, Armando Guebuza, sem o conhecimento do parlamento e do Tribunal Administrativo.
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Um homem que enfrenta acusações de terrorismo por causa de um incêndio que danificou gravemente o prédio do Parlamento da África do Sul no ano passado disse em uma explosão no tribunal esta semana que “o queimou intencionalmente”.
Gritando e apontando o dedo, Zandile Mafe disse que iria “queimá-lo mais” se o Parlamento não fosse transferido da Cidade do Cabo para Pretória.
O enorme incêndio danificou gravemente o histórico complexo do Parlamento em janeiro do ano passado, quando destruiu vários edifícios, incluindo a câmara principal onde os deputados se sentam. Não foi totalmente consertado, com estimativas de que custará cerca de US$ 120 milhões e levará pelo menos três anos.
Mafe foi detida no recinto do Parlamento logo após o início do incêndio. Ele foi acusado de invasão de domicílio, incêndio criminoso e terrorismo, mas seu caso foi suspenso depois que um juiz ordenou que ele passasse por uma avaliação psiquiátrica para determinar se ele está apto para ser julgado.
O juiz que supervisionou a audiência de quinta-feira permitiu que Mafe terminasse seu discurso, dizendo que não queria “exacerbar” sua “condição mental”, segundo relatos da mídia sul-africana.
O incêndio na sede da democracia sul-africana levantou críticas aos procedimentos de segurança em vigor no Parlamento, cujos membros estavam de folga e os prédios estavam praticamente vazios. Ninguém foi ferido.
Mafe disse que está zangado com várias questões na África do Sul. Ele chamou o partido político de oposição que dirige o município da Cidade do Cabo de racista contra os negros e também acusou o governo de não ajudar os pobres.