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CRÓNICA SEMANAL ‘VISÃO JORNALÍSTICA’ RESPONSABILIDADE NAS PALAVRAS E INICIATIVAS

Taiwan deitou a sua lenha no braseiro internacional, sempre mais vivo com a Ucrânia. A China salientou quanto pode imitar a Rússia contra uma cegueira de Washington, na rivalidade hegemónica sobre o planeta.
No contexto, um exemplo ameno de competição democrática teve lugar em África. Especificamente, no Senegal, que concluiu as eleições gerais em paz. O partido do presidente Macky Sall perdeu a maioria absoluta, pelo que é forçado, doravante, a constantes negociações, na governação. Foi, em simultâneo, na leitura dos seus críticos, “um sinal vermelho” à sua comichão de concorrer a um terceiro mandato em 2024.
Por cá, a campanha eleitoral entrou na segunda metade do percurso. Pela positiva, reinou alguma tranquilidade até aqui. O fim-de-semana transato foi singular na exibição de popularidade pelas enchentes dos dois concorrentes de topo. O MPLA ilustrou o esplendor aparatoso de cores e trunfos materiais na cidade do Uije e no município de Cuimba da província do Zaire. A UNITA deu a réplica estrondosa em Luanda, mesmo na indulgência dos recursos. Nada extraordinário se destacou do distante pelotão dos 6 remanescentes competidores. Nenhuma derrapagem de vulto se registou no habitual relacionamento sensível com os jornalistas.
Mas, não variou a parcialidade da mídia pública, causando uma reação assinalável da cidadania. Figuras da Sociedade Civil formalizaram uma queixa ao Tribunal Supremo contra o Presidente da República, ora em exercício. Isto, pela “falta de isenção e tratamento desigual” dos partidos políticos, explicitou o requerimento, entre outros. Haverá celeridade para o despacho atempado do contencioso, assente na faculdade legal de ação popular? Para além da valência simbólica da diligência, a ver vamos.
Ainda, a ver vamos medir o impacto da prolongada transladação dos restos mortais do ex-presidente, José Eduardo Dos Santos. Perfez um mês, a sua morte em Barcelona, na segunda-feira, dia 8 do corrente mês, persistindo a irritante vertente judicial. A dilatação do caso planta no ar o espectro de adicionais revelações bombásticas, na crista iminente do duelo eleitoral.
Em termos de enchentes, foi notável, aquela espontânea da Igreja Católica, que retomou com a proeza da tradicional peregrinação à Mamã Muxima. Suspensa pela COVID-19 em 2020, reatou no passado XIX Domingo do tempo comum, drenando um milhão e trezentos mil crentes. Na homilia, o arcebispo de Luanda, Dom Filomeno, enalteceu a adequada atitude cívica a observar. “Apelamos a todos para agir com responsabilidade. Neste momento, devemos cuidar das palavras que são ditas e das iniciativas que são empreendidas”, exortou. Em suma, uma magistratura na linha da mensagem da CEAST sobre as eleições, com o trecho especial aos políticos que voltamos a citar: “que os políticos primem por discursos que despertem a nobreza do patriotismo, da cidadania, da harmonia e amizade social que garantam no povo acreditar num futuro melhor”.

VISÃO JORNALÍSTICA
(Uma coprodução de Siona Casimiro e Padre Augusto Epalanga. Apresentação de Wilson Capemba).
Luanda, 11 de Agosto de 2022.

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